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PSORÍASE – SAIBA TUDO SOBRE ESSA DOENÇA E SEU TRATAMENTO

PSORÍASE – SAIBA TUDO SOBRE ESSA DOENÇA E SEU TRATAMENTO

1. O QUE É

Psoríase é uma doença inflamatória crônica que afeta aproximadamente 2% da população. O subtipo mais comum é a psoríase em placas que manifesta lesões avermelhadas, grossas e descamativas localizadas frequentemente na pele dos cotovelos, joelhos, corpo e couro cabeludo. Também podem existir lesões nas palmas, plantas, face, unhas, genitais, virilha, embaixo das mamas, umbigo, interglúteos.

É comum nesses pacientes a presença de comorbidades como hipertensão, diabetes, sobrepeso, alterações do perfil de colesterol e associação com outras doenças como artrite psoriásica e doença inflamatória intestinal. Além disso, pacientes com essa doença, têm maior chance de sofrerem complicações cardiovasculares como infarto do miocárdio.

Essa doença está associada a um alto impacto negativo na vida das pessoas. Muitos pacientes sentem-se envergonhados por suas lesões, usam roupas fechadas para escondê-las, afastam-se do ambiente social e até do trabalho, passam por situações de constrangimento e preconceito, sendo mais comum entre eles a presença de depressão, transtorno de ansiedade e até ideação suicida.

2. POR QUE ELA OCORRE?

A predisposição genética associada à alterações do sistema imunológico e fatores ambientais levam ao desencadeamento da psoríase.

Os principais fatores que podem desencadear ou piorar a psoríase e que devem ser evitados são:

-Infecções

-Estresse;

-Tabagismo;

-Alguns tipos de medicamentos, como lítio e corticosteróide sistêmico;

-Alterações bioquímicas como a hipocalcemia

3. QUAIS SÃO OS TIPOS DE PSORÍASE?

Psoríase em placas: é a forma mais comum da doença, afeta 80% das pessoas que possuem a dermatose. É encontrada principalmente nos cotovelos, joelhos, dorso e couro cabeludo.

Psoríase do couro cabeludo: geralmente associada à psoríase em placas, atinge entre 50% e 80% da população que possui a doença. O couro cabeludo fica vermelho, com escamas, podendo coçar. Às vezes as lesões se estendem e acometem a região da testa também.

-Psoríase ungueal: afeta as unhas das mãos e dos pés. Faz com que a unha cresça de forma anormal, engrosse, escame, mude de cor e até se deforme. Em alguns casos, a unha chega a descolar do leito ungueal.

Psoríase palmoplantar: lesões que podem ocorrer só nas palmas, só nas plantas ou nos dois locais. A pele fica com escamas grossas com rachaduras doloridas e também podem ter pequenas bolinhas com pus.

Psoríase gutata: esse tipo de psoríase atinge, na maioria dos casos, crianças e adolescentes e aparece como pequenos pontos vermelhos descamativos na pele. A psoríase gutata pode, posteriormente, transformar-se em psoríase em placas mas também têm maior chance que os demais tipos de curar, ou seja, não surgirem mais lesões

Psoríase pustulosa generalizada: é um quadro com lesões de psoríase generalizada sobrepostas por pústulas. Esse tipo da doença aparece em menos de 5% das pessoas que a possuem.

Psoríase invertida: esse tipo de psoríase acomete as regiões de dobras como axilas, virilhas, umbigo, região inframamária e interglútea. Por serem áreas úmidas, as lesões costumam ter menos descamação e ficam avermelhadas, lisas e brilhantes.

Psoríase eritrodérmica: é um subtipo grave da doença que acomete quase o corpo inteiro, podendo levar a desidratação, infecções e eventualmente necessitando internação do paciente.

Artrite psoriásica: estima-se que 30% das pessoas que possuem psoríase também desenvolvem a artrite psoriásica ao longo da vida. Essa doença é caracterizada por dor, rigidez e inchaço em torno das articulações e pode levar a deformidades, devendo ser tratadas com muita atenção.

4. PSORÍASE TEM CURA? QUAIS SÃO OS TRATAMENTOS PARA PSORÍASE?

Raros são os casos que as lesões somem e não aparecem nunca mais, mas é possível controlar a doença e ficar sem lesões! O tratamento deve ser individualizado sendo necessário avaliar o subtipo de psoríase, a localização das lesões, associação com artrite psoriásica, o impacto na qualidade de vida, outras doenças concomitantes e uso prévio de outros medicamentos. A escolha do tipo de tratamento vai depender do perfil do paciente e da gravidade da doença.

A fototerapia de corpo inteiro e as medicações sistêmicas são indicadas em pacientes com psoríase moderada a grave que são aqueles com índice BSA (Body`s Surface Area) ou PASI (Psoriasis Area Severity Index) ou DLQI (Dermatology Quality of Life Index) maior ou igual a 10 ou pacientes que tenham psoríase de áreas especiais como unhas, couro cabeludo, palmo-plantar, invertida, genital, face e não tenham conseguido controle da doença com os tratamentos tópicos tradicionais.

5. COMO CALCULAR A GRAVIDADE DA MINHA PSORÍASE?

Qualquer um desses índices (BSA, PASI, DLQI) maior que 10 é considerado como psoríase moderada a grave.

– Clique nos links abaixo para calcular seu BSA ou PASI.

http://www.pasitraining.com/bsa_score/

ww.pasitraining.com/calculator/step_1.php

– Responda ao questionário DLQI abaixo e some a pontuação sendo:

Nada – 0

Um pouco- 1

Muito – 2

Muitíssimo -3

6. COMO FUNCIONAM ESSES TRATAMENTOS?

A fototerapia consiste na exposição da pele à luz ultravioleta de forma consistente e com supervisão médica e deve ser feita duas vezes por semana em uma clínica especializada.

As medicações sistêmicas são usadas de forma oral ou injetável, sendo as mais utilizadas o metotrexato, a acitretina e a ciclosporina.

O metotrexato é um medicamento imunossupressor que controla a inflamação da psoríase e da artrite psoriásica. Pode ser usado na forma oral ou injetável intramuscular ou subcutânea. Não pode ser usada em pacientes gestantes ou na amamentação. Por ser metabolizada no fígado, deve ser considerado com cautela em pacientes com doença hepatica prévia ou etilistas. Alguns efeitos adversos são nausea e mal estar quando a medicação é ingerida.

A acitretina é um retinóide usado de forma oral. Por ser teratogênica, não pode ser usada em mulheres em idade fértil. Pode ser usada em diversos tipos de psoríase como na eritrodérmica, na pustulosa e na vulgar. Alguns efeitos adversos são a boca seca, queda de cabelo que é reversível e risco de toxicidade hepatica e aumento dos níveis de colesterol.

A ciclosporina é uma medicação muito eficiente para psoríase porém deve ser usada por tempo limitado pois pode causar aumento da pressão arterial e toxicidade para os rins.

7. E OS BIOLÓGICOS?

Os imunobiológicos são anticorpos humanos ou animais, modificados em laboratório, que agem sobre determinadas proteínas, eliminando ou impedindo o crescimento de células anormais e suas respectivas citocinas inflamatórias. Vários são os medicamentos disponíveis hoje com comprovação de eficácia para o tratamento da psoríase e da artrite psoriásica. A cada ano novos medicamentos estão sendo estudados e desenvolvidos, atingindo respostas de 100% de melhora da psoríase.

No Brasil, atualmente, temos o infliximab, adalimumab, etanercept, ustequinumab, secuquiinumab, ixequizumabe, guselcumabe, risanquizumbe, certolizumabe pegol para tratamento da psoríase. Apenas o infliximab é usado de forma intravenosa, as outras medicações são usadas de forma subcutânea através de injeção que pode ser aplicada pelo próprio paciente. Por isso, essa classe de medicamento ficou popularmente conhecida como “vacina” para a psoríase. O intervalo das aplicações varia dependendo da medicação usada.

Essa classe de medicamentos têm alta eficácia, superior ao de tratamentos tradicionais para psoríase como metotrexato e são mais toleráveis. Ao usar esse tipo de medicamento, existe uma grande chance do paciente ficar sem lesões ou praticamente sem lesões.

Os efeitos adversos mais comuns de uma forma geral são infecções de vias aéreas respiratórias e reações no local de aplicação que não necessitam de interrupção do tratamento.

8. E COMO TER ACESSO A ESSE TIPO DE TRATAMENTO?

Atualmente, medicamentos imunobiológicos estão disponíveis para os pacientes pelo SUS e pelas operadoras de saúde. Existem algumas regras para prescrição desse medicamento em cada uma das vias. Os pacientes precisam ter doença moderada a grave pelos critérios de PASI, BSA ou DLQI ou doença de áreas especiais sem melhora com tratamento tópico. Os documentos abaixo trazem informações sobre a disponibilização desse tratamento:

http://conitec.gov.br/images/Relatorios/2019/Relatorio-PCDT_Psorase_FINAL_472_2019.pdf

http://www.ans.gov.br/component/legislacao/?view=legislacao&task=TextoLei&format=raw&id=NDAzMw==

9. O QUE DEVO FAZER ENTÃO EM RELAÇÃO A MINHA PSORÍASE?

O primeiro passo é consultar um especialista para avaliar a sua história, o tipo de psoríase que apresenta, os tratamentos já feitos, entre outros fatores para então decidir qual o tratamento mais adequado para você.

Para a consulta, é interessante saber quando foi o início da psoríase, quais os medicamentos que já utilizou e por quanto tempo e porque interrompeu o tratamento (toxicidade da medicação, falta de resposta, perda de seguimento, etc), quais outros problemas de saúde apresenta e as medicações que usa.

Conteúdo resumido

A psoríase é uma doença crônica caracterizada por lesões avermelhadas, grossas e descamativas, mais comumente nos cotovelos, joelhos e couro cabeludo. Mas também podem acometer palmas, plantas, unhas e regiões de dobras. Graças aos avanços tecnológicos da medicina, hoje em dia vários são os tratamentos disponíveis para essa doença e seu controle é possível!

Referências bibliográficas

Parisi R, Symmons DP, Griffiths CE, et al. Global epidemiology of psoriasis: a systematic review of incidence and prevalence. J Invest Dermatol 2013; 133: 377–385.

Armstrong, April W., and Charlotte Read. “Pathophysiology, clinical presentation, and treatment of psoriasis: a review.” Jama 323.19 (2020): 1945-1960.

Romiti, Ricardo, et al. “Prevalence of psoriasis in Brazil–a geographical survey.” International journal of dermatology 56.8 (2017): e167-e168.

Armstrong, Ehrin J., Caitlin T. Harskamp, and April W. Armstrong. “Psoriasis and major adverse cardiovascular events: a systematic review and meta‐analysis of observational studies.” Journal of the American Heart Association 2.2 (2013): e000062.

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